terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Liberdade também se aprende.(Vivendo)

A revista Isto é publicou esta entrevista por Camilo Vanucci, gostei e resolvi compartilhar.
O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.
Em “Heróis de Verdade”, o escritor combate a supervalorização das Aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.
ISTOÉ – QUEM SÃO OS HERÓIS DE VERDADE?
Roberto Shinyashiki — Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura.
Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.
E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.
ISTOÉ — O SR. CITARIA EXEMPLOS?
Shinyashiki — Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos,empregado em uma farmácia .
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.
Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito “100% Jardim Irene”.
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana.
Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.
ISTOÉ — Qual o resultado disso?
Shinyashiki — Paranóia e depressão cada vez mais precoces.
O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim.
Aos nove ou dez anos a depressão aparece.
A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos.
Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas.
Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.
ISTOÉ – Por quê?
Shinyashiki — O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.
As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras.
Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa.
Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora.
Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.
ISTOÉ — Há um script estabelecido?
Shinyashiki — Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa O aprendiz ?
“Qual é seu defeito?”
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:
“Eu mergulho de cabeça na empresa.
Preciso aprender a relaxar”.
É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:
” Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir”.
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?
ISTOÉ — Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki — Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.
CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS.
Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado.
Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia.
O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.
ISTOÉ — Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki — Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser.
O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.
E poucos são humildes para confessar que não sabem.
Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.
ISTOÉ — Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki — Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia:

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Verdades difíceis de serem contestadas

1. Você não pode mudar outras pessoas, é é grosseiro tentar.
2. É muito mais difícil queimar calorias do que se controlar para não comer alguma coisa.
3. Crianças são criaturas extremamente honestas até que a gente as ensine a não serem.
4. Gritar sempre piora as coisas.
5. Sempre que você se preocupa com o que os outros vão pensar de você, na verdade você está se preocupando com o que você irá pensar de você mesmo.
6. Talvez você tenha se esquecido disso, mas fomos feitos pra pisar na grama e celebrar o sol nascendo.
7. Se você nunca questiona suas crenças, então provavelmente você está errado.
8. Ninguém sabe tudo sobre a vida.
9. Cada rosto que passa ao seu lado na rua representa uma história tão complicada quanto a sua.
10. A vida é uma viagem solitária, mas você vai receber várias visitas. Algumas duram um bom tempo, mas a maioria não.
11. As pessoas sempre embelezam tudo pra fazer as coisas parecerem mais bonitas e legais do que realmente foram.
12. Aqueles que mais reclamam, são os que menos realizam.
13. Evitar fazer algo o torna automaticamente mais difícil e mais assustador.
14. A maioria das coisas que você vê é somente o que você acha daquilo que vê.
15.  Às vezes você tem que afastar algumas pessoas da sua vida – mesmo que elas sejam da família.
16. Culpar os outros é o passatempo favorito dos que não gostam de responsabilidades.
17. Qualquer pessoa que você conhece é melhor do que você em algo.
18. Nada – nunca – acontece exatamente como você imaginou.
19. O que torna os humanos diferentes dos animais é que os animais conseguem ser eles mesmos com facilidade.
20. Auto-reflexão é a única saída do caminho da infelicidade.
21. Quase todo clichê carrega uma verdade tão profunda que as pessoas tende a repeti-la até que você se canse de ouvi-la. Mas a sabedoria ainda está lá.
22. Todo mundo acha que dirige melhor que a maioria das pessoas.
23. Se você não é feliz sozinho, não vai conseguir ser feliz em nenhum relacionamento.
24. Mesmo se não custar dinheiro, se tomar seu tempo, então não é de graça.
25.  Os problemas, quando surgem, raramente são tão dolorosos quanto a experiência de temê-los.
26. Crianças entendem tudo que você diz a elas, mesmo que não seja em palavras.
27. A maioria das coisas que as crianças aprendem dos seus pais não foi ensinada de propósito.
28. O ingrediente secreto geralmente é manteiga, em quantidades obscenas.
29. Sempre é válido experimentar de novo alguma comida que você não gostou da primeira vez.
30. A maioria dessas frases fez sentido!!!





segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Amar e ser livre é possivel?


No amor ninguém pode machucar ninguém; cada um é responsável por aquilo que sente e não podemos culpar o outro por isso... Já me senti ferida quando perdi o homem por quem me apaixonei... Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém... Essa é a verdadeira experiência de ser livre: ter a coisa mais importante do mundo sem possuí-la.
Paulo Coelho


A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos.
Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos.
O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que nEle havia uma capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade.
Durante muito tempo eu fiquei preocupado com o que os outros achavam ao meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito."
Padre Fábio de Melo





Falar sobre a liberdade é uma das questões mais fascinantes da psicologia. Usamos muito essa palavra, mas temos dificuldade em conceituá-la. Todo o mundo afirma que quer ser livre, mas pouca gente sabe dizer o que quer fazer com a liberdade. 

É comum pensar que se pode agir sem impor limites à nossa vontade. Não é meu ponto de vista. Aliás, não tenho muita simpatia pela idéia de que viver bem é não abrir mão de nenhum tipo de desejo. Essa abordagem me parece ingênua e não leva em conta o fato de que, em nossa vida interior, há outras peças tão importantes quanto as do desejo.

Por exemplo: uma pessoa me agride e eu tenho vontade de revidar com toda a força e posso até desejar matá-la. Mas tenho dentro de mim um conjunto de valores morais. Se eu transgredi-los, experimentarei uma dor íntima muito desagradável, que é a culpa. Os animais em geral não sentem outra coisa senão o desejo e o medo. O homem não: tem um cérebro sofisticado que "fabrica" conceitos e padrões de comportamento que as pessoas acham muito importante respeitar. Em muitos casos, as normas estão em oposição às nossas vontades. No exemplo citado, isso fica evidente. Pelos nossos valores éticos, não temos o direito de matar outro ser humano. 

Como agir? Respeitamos a vontade ou os padrões? Acredito firmemente que devemos nos ater aos padrões. Devemos seguir nossos pontos de vista e nossas convicções. Agir sempre em concordância com a vontade é franca imaturidade, é não saber suportar frustrações e contrariedades. Evidentemente que estou me referindo às situações em que a razão está em oposição à vontade. No caso de ela não provocar nenhuma reação negativa, é lógico que devemos tentar realizá-la. 

Não se trata, portanto, de desprezar nossos desejos. Se estou com boa saúde, posso comer doces. Se for diabético, tenho de ter a capacidade de abrir mão deles. Se quero namorar uma determinada moça, nada me impede de fazê-lo, desde que eu me preocupe em não magoá-la à toa. Não acho acertado considerar mais livres as pessoas que não ligam para si mesmas e para os outros. Elas são mais irresponsáveis e até autodestrutivas. Se um homem sabe que o álcool lhe faz mal e continua bebendo, ele não é mais livre. É mais fraco.

Nos séculos passados, o ser humano vivia por normas exageradamente rígidas e alguns psicólogos acabaram concluindo que a verdadeira liberdade consistia em jogar fora essa camisa-de-força, guiando-nos a partir de nossos desejos. A idéia é boa, mas – na prática – é inviável. A vida em grupo exige que se preste atenção também aos outros. O amor e a solidariedade que sentimos naturalmente dentro de nós pedem isso. Não posso magoar as pessoas que amo sem sofrer. Nesse caso, antes de satisfazer a vontade, tenho de refletir muito, avaliando e pensando nas conseqüências.

Acredito que ainda seja adequada a definição que expressei há cerca de dez anos. Liberdade não é realizar todas as vontades. Não é ser desta ou daquela maneira. Liberdade é a sensação íntima de prazer que deriva da coerência entre o que pensamos e forma como atuamos. Sou livre se sou capaz de agir de modo coerente com o que penso. Algumas vezes respeito a vontade; outras, as normas morais. Em cada situação eu tomo decisões, válidas apenas para aquele momento. Sei dizer "sim", sei dizer "não". Tudo depende da importância do desejo e da permanente preocupação de equilibrar os meus direitos e os direitos das demais pessoas. Aceitar certos limites para as nossas vontades é sinal de maturidade, não de resignação e conformismo. É sinal de força, não de fraqueza. (Flavio Gikovate)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Apenas sinta o que Brecht quis dizer

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis:
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo:
Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam
gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou?
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou,
quando sua Armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.
Bertolt Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.

domingo, 3 de novembro de 2013

A liberdade encarnada: Leila Diniz

http://obviousmag.org/archives/2012/12/toda_mulher_e_meio_leila_diniz.html

Nunca houve mulher tão livre como LEILA DINIZ





A história da mulher brasileira não pode ser escrita sem um capítulo dedicado a Leila Diniz (1945-72). Filha de um líder do Partido Comunista, foi protagonista da primeira produção de novela da Globo, em 1965; participou no cinema das comédias de Domingos Oliveira e dos filmes experimentais de Nelson Pereira dos Santos, no ciclo do desbunde. No teatro, estava na revista tropicalista Tem banana na banda.
Leila teve um currículo de realizações artísticas expressivas em sua curta trajetória de 27 anos, mas nada se compara à contribuição que deixou para a história do comportamento feminino. Com sua espontaneidade e alegria, convicta na dedicação de se mover apenas pelo prazer e pela liberdade, ela ajudou a traçar um novo papel para a mulher na sociedade brasileira. Sempre sem discurso, sem palavras de ordem, sem colocar o homem como inimigo do projeto.
É nesse contexto, de uma autêntica revolucionária, sobrevivente também de uma infância dramática, que Joaquim Ferreira dos Santos apresenta a biografia da atriz, em um novo lançamento da coleção Perfis Brasileiros, coordenada por Elio Gaspari e Lilia M. Schwarcz. Desde a adolescência, em que Leila perambula pelos bares de Copacabana e Ipanema, até os dias em que foi julgada, num pro-grama de TV, e condenada como nociva à sociedade, o autor conta as grandes passagens da vida da atriz.
Na célebre entrevista concedida ao Pasquim (1969), figura de toalha amarrada na cabeça,escandalizando a sociedade e o governo militar por seus inúmeros palavrões e suas posições avançadas sobre sexo e comportamento. Em 1971, grávida, mostra a barriga na praia, mudando a moda e os modos. No teatro rebolado, vestia-se de vedete, maiô cheio de plumas.
Abandonada pelas feministas, tachada de alienada pela esquerda e de vagabunda pela direita, Leila foi afastada da TV Globo, porque no entender da autora Janete Clair não havia papel de prostituta nas novelas seguintes. Sem trabalho, aceitou o convite para participar de um festival de cinema na Austrália. Na volta, morreu num acidente de avião, deixando uma filha de sete meses e o Brasil de luto.
Um extenso caderno de fotos, e uma cronologia com os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, mostram tudo sobre a "moça que", nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, "sem discurso nem requerimento soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão".

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Uma mulher livre.






Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram, talvez, o casal mais influente do século 20. Eles nunca se casaram, mas juraram devoção mútua um ao outro com total liberdade, uma tentativa de derrubar a hipocrisia sufocante que, por tanto tempo, tinha ditado a vida das pessoas. Sempre empurrando novas fronteiras, eles exploraram os seus pensamentos em romances, peças de teatro e obras filosóficas. Ele ganhou o maior prêmio literário do mundo, o Prêmio Nobel. No entanto, ele se recusou a aceitá-lo porque pensou que faria dele uma figura estabelecida e, portanto, silenciar sua mente inquiridora.
Suas vidas privadas eram totalmente experimentais. Simone de Beauvoir teve casos com homens e mulheres, enquanto Sartre, apesar de sua estatura atrofiada e vesgo, sempre foi cercado por musas adoradores, felizes por cuidar de seu gênio. Quando morreu, em 1980, mais de cinquenta mil pessoas saíram às ruas de Paris. Mas isso não foi o fim da história. Sua influência continua até hoje, nos livros e sabedoria duradoura.

Por outro lado, de Beauvoir se tornou uma figura emblemática do feminismo e da luta pela igualdade entre os sexos. Ela pregava seu ideal de independência feminista e da igualdade, evitando tais 'burgueses' conceitos como casamento e filhos, e reivindicando que as mulheres devem se comportar exatamente como os homens, a verdade é que tal estilo de vida a deixou amargamente infeliz e ela tornou-se obsessivamente ciumenta de incontáveis ​conquistas de Sartre.
Não pensem que escrevo este artigo a favor do estilo de vida, um assunto a parte. Apenas observo uma história de vida fascinante e enlouquecida. Mentes brilhantes explorando o jogo dos sexos, confrontando a mentalidade hipócrita dos mortais e a oposição entre masculino e feminino.Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir se conheceram como estudantes em Paris em 1929. Simone havia decidido se formar professora do ensino médio, uma posição apenas para as mulheres. Ela foi uma das primeiras mulheres a fazer os exames na Universidade Sorbonne de Paris. Sartre, três anos mais velho e impulsionado por um ódio de seu padrasto, era um ladrão e um adolescente rebelde, até que ele percebeu que os seus resultados escolares brilhantes o tornaram um ímã para as mulheres. Na Sorbonne, Sartre gostava de chocar seus colegas. Em um baile, ele apareceu nu, em outras ocasiões, ele desfilou uma prostituta em um vestido vermelho. Mas quando conheceu a bela e jovem Simone estava em transe. Ela era tão inteligente quanto qualquer homem e, também desencantado com sua família burguesa, ela compartilhou o seu fascínio com o submundo de Paris. No último teste da universidade, em que ele passou em primeiro lugar, e ela em segundo lugar, Sartre propôs casamento. Simone se recusou, não por qualquer razão filosófica, mas porque ela estava dormindo com um de seus melhores amigos. E assim, em 1 de outubro de 1929, Sartre sugeriu seu pacto: eles teriam um amor permanente "essencial". Eles juraram fidelidade um ao outro, mas teriam casos, um relacionamento aberto.
Até que durante a Segunda Guerra Mundial, quando Sartre foi chamado  e seus jogos de sexo continuaram através de cartas, deixada para trás em Paris, Simone continuou a seduzir homens e mulheres, escrevendo as descrições excitantes de suas atividades para Sartre, que revelam sua crueldade e a vulnerabilidade de suas conquistas. Quando ele finalmente voltou a Paris, ele a ignorou completamente e foi morar com sua mãe. Simone jogou-se no trabalho e, depois de uma visita pela América em 1947, escreveu seu livro mais importante, O Segundo Sexo.
Os americanos não gostavam dela beber, zombavam de suas roupas e eles perceberam que ela não gostava das faces insípidas de mulheres americanas que faziam de tudo para agradar seus homens. Porém, a mulher americana que ela realmente não gostava era, naturalmente, a sua rival: Dolores Vanetti. E foi para se vingar de Dolores e Sartre que ela caiu na cama com o escritor Nelson Algren Chicago. Os dois tinham muito em comum. Algren era um boêmio, um rebelde, um esquerdista e bebia tanto quanto Simone. Quando Simone descobriu a união de Sartre e Dolores, atordoada pela sua rejeição, se deixou levar por Algren. Ela tinha 39 anos, sem um amante durante muitos meses, e agora, pela primeira vez em sua vida, ela se apaixonou. Algren lhe comprou um anel de prata barata que ela usaria pelo resto de sua vida. Mas ele não estava preparado para a fidelidade de Simone a Sartre. Embora ela professou em muitas cartas que ela o amava apaixonadamente, ela não deixaria Jean-Paul. Simone e Sartre continuaram a se comunicar por cartas, encontros, escapadas. Eles nunca se abandonaram. Mesmo ambos terem relações sólidas e passageiras, a amizade e a admiração pela mente os uniam.
"Eu sou muito gulosa", escreveu ela. "Eu quero tudo da vida, eu quero ser uma mulher e ser homem.”Após sua morte, Sartre foi deixado sozinho com Simone no hospital, e ela se se deitou sob o lençol para passar uma última noite com ele. Foi então que ela escreveu o seu epitáfio para o túmulo niilista que acabaria por partilhar, desolada - "Sua morte nos separa, minha morte não nos reunirá".
Finalmente, ela seguiu seu próprio caminho, mas em seu coração, sabia que seguia sozinha apenas por ter vivido além dele. (Amanda Maciel Antunes)


Emagrecer? Alegrar-se? Ter paz?

http://www.youtube.com/watch?v=Hu9Sq1RvuoA

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Magia para emagrecer

VENCI! Depois de 10 anos acima do peso, depois de anos de obesidade eu CONSEGUI! Consegui tirar do meu corpo o peso equivalente ao de uma criança de 6 anos.. A luta é ardua.. talvez a luta pra emagrecer tenha sido a mais dificil que eu conheci e vivi. É diária, é sofrida.. não é um dia após o outro: é uma refeição apos a outra! É você dizer vários "nãos" a tudo aquilo que você simplesmente amava (pizza, macarronada, chocolate, CERVEJA, pão e uma infinidade de outras coisas) e que está disponivel o tempo todo ali, na sua frente. Dai você começa a entender mais do que nunca o que Skinner queria dizer sobre autocontrole: é você abrir mão de um prazer rapido, momentâneo, pequeno em busca de um prazer muito maior a longo prazo. E assim fui, sempre lembrando de Skinner e pensado "o que é pior: não comer esse bolo da Doces Sonhos ou se olhar no espelho todos os dias e não gostar do que vejo? Resistir a essa cerveja ou viver indisposta e com preguiça de andar qualquer 100mts? Dizer não quando a pizza chega em casa ou ficar o verão todo se escondendo?" E assim fui dia após dia.. e o mais incrivel: cada dia mais feliz! As roupas foram folgando, o rosto afinando e eu ja trabalhava esperando ansiosamente a hora de ir pra academia. E era cerveja prum lado, pizza pro outro e eu la firme e forte! Ai os quilos foram indo.. indo.. indo embora pra nunca mais! E vieram os elogios, as palavras de força, de estimulo e eu descobri que eu estava AMANDO fazer exercicio fisico, que eu estava dormindo melhor, andando, subindo ladeira sem reclamar.. ate fiz uma trilha de 1h e 40 minutos só de subida e parei pouquissimas vezes! Depois disso ninguem me segurou mais! Verduras e legumes viraram o grande amor da minha vida! Pra mim não existe hoje nada melhor do que uma abóbora! rs E lá se foram 24 quilos! (19 só nos ultimos 3 meses e 18 dias)! Meu IMC baixou do 33,7 para 25,91! Só mais 2kg e estarei com peso ideal para minha altura! E nada me faz mais feliz hoje do que comprar a roupa que EU QUERO E NÃO MAIS A QUE CABE EM MIM! Esse prazer não há nada no mundo que pague! Não há nada mais triste do que ver mil roupas legais e não poder comprar porque simplesmente não tem seu numero ou nao vão ficar legais em você... Sai do 46 para o 42 (e to ate me arriscando em algumas roupas 40! rs) Sempre fui uma pessoa feliz.. a obesidade nunca me fez menos feliz. Eu achava que ela não me atrapalhava em muitas coisas.. mas simplesmente sou MUITO MAIS FELIZ ASSIM! Tenho mais disposição, mais energia, estou mais calma, dormindo melhor e como sempre pensado na proxima viagem (agora com muito mais aventura)e lembrando de varias trilhas que deixei de fazer por causa do meu peso... Enfim.. não escrevi isso para me vangloriar, para receber elogios (apesar de que quando a gente vence uma batalha dessa eles são muito bem-vindos) ou para mostrar como estou e etc. Mas escrevo para motivar todas as pessoas que me mandaram mensagem aqui me pedindo a receita, a dieta, a magica.. nao é magica: o caminho todos sabem qual é, agora é dar um pontapé inicial. Vamos parar de criar desculpas pra adiar a caminhada, vamos mostrar para nos mesmo que somos muito mais fortes do que aquele pão que ta na mesa e que a gente pode ser muito feliz sem a pizza o domingo. Peça ajuda, peça aos amigos, aos familiares que lhe entendam quando você disser que não vai beber ou nao vai àquela pizzaria, mas topa um outro lugar.. E quando pensar: po.. mas eu tenho que perder uns 20kg lembre de mim! Parece distante no incio.. na verdade parece impossivel, mas não é! Se não foi pra mim não sera pra você! Vamos la gente, aproveite que hoje é domingo porque eu sei que a gente sempre promete começar na segunda, inclusive deixei pra escrever hoje justamente para empolgar quem está querendo emagrecer a começar amanhã! Projeto Verão sem canga! Chega de sermos prisioneiros do nosso próprio corpo! E quem quiser minha ajuda pode contar comigo, quero que todas as pessoas sintam a felicidade que estou sentindo! E obrigado a todos que me ajudaram, que me entenderam e me deram força.. principalmente a @[100000321294035:2048:Sabrina Bezerra] minha companheira de luta que sempre esteve do meu lado com palavras de força e estimulo, Sá essa vitoria tambem é sua! Te adoro demais!

domingo, 20 de outubro de 2013

Existe a formula do amor?

Ingredientes para o amor: confiança, admiração e respeito!

:: Rosana Braga :: 
Fiquei bastante tentada a colocar o título desse texto de Receita de Amor. Acho que ficaria mais interessante, mas infelizmente não acredito em receitas para o amor e estaria começando com a consciência pesada. Então, resolvi dar apenas os ingredientes. A sua receita é você quem cria!

Há faz alguns anos, conversando com uma amiga psicóloga – a Sandra Macedo – ela me disse que um relacionamento só poderia dar certo se estivesse baseado em três sentimentos. Eu, obviamente, imaginei que o primeiro seria o amor e os outros, nem teriam tanta importância. Qual não foi a minha surpresa quando ela citou os três e o amor ficou de fora. Passei bastante tempo refletindo se concordava com o que ela havia dito e somente depois de alguns anos compreendi que, na verdade, aquela era a fórmula do amor. Ou seja, não é possível sentir e principalmente manter-se sentindo amor por uma pessoa caso não a admiremos, não a respeitemos nem confiemos nela!

Mas descobri que cada um de nós, quando usa essa fórmula, obtém o seu próprio resultado, dependendo também da combinação entre o que somos e o que o outro é! Isto é, eu posso confiar, admirar e respeitar um homem, mas nem por isso amá-lo como homem. Posso tê-lo apenas como amigo ou irmão. Mas quando acontece uma alquimia entre a química contida em dois corações, aí sim sentimos o amor pulsar e expandir nossa existência como uma espécie de magia (embora o amor não tenha nada de mágico e sim de sublime)!

Na verdade, o que quero dizer é que existem muitas pessoas que acreditam estar vivendo o amor, quando na verdade estão alimentando algum outro tipo de sentimento muito aquém. Sentem-se tristes, desesperadas, perdidas, angustiadas e insistem em justificar todo esse pavor através da palavra amor... Sentem-se rejeitadas, desmerecidas e enganadas e, ainda assim, acreditam que amam...

Mas se essas pessoas parassem por um instante, se desprendessem desses sentimentos tão dolorosos e respondessem, sinceramente, três perguntinhas, talvez descobrissem e se espantassem com o fato de que não estão vivendo o amor.

Faça o teste! Pense na pessoa que você acredita que ama. Pense na relação de vocês e responda:

1 – você admira essa pessoa? Admira o jeito dela, o caráter, a personalidade, a maneira como ela encara a vida, as atitudes dela diante dos problemas, diante das alegrias, enfim, você admira a alma dessa pessoa?

2 – você confia nessa pessoa? Você acredita que pode contar com ela, pode confiar no que ela diz? Está certo de que ela faz o possível para cumprir o que promete e está disposta a construir uma relação baseada na sinceridade e na verdade, por mais difícil que seja?

3 – você respeita essa pessoa? Considera o que ela pensa, o que ela sente e está disposta a aceitá-la, por mais diferente que ela possa ser de você? Você realmente consegue dar espaço para que ela seja como é, sem tentar o tempo todo fazer com que ela mude o seu jeito, as suas opiniões e o seu comportamento?
É... talvez você se surpreenda com suas próprias respostas. Talvez você descubra que o que sente não é amor, mas capricho, falta de auto-estima, medo de ficar sozinho, conveniência, acomodação... Talvez você descubra que se acostumou com uma relação desgastante e cheia de desentendimentos, mas que nunca se questionou sobre o que realmente quer...

Muitas pessoas preferem acreditar que não têm sorte no amor ou que é preferível ficar numa relação ruim a ficar sozinho, mas na verdade estão apenas com medo de tentar, com medo de sair em busca de um amor intenso, com medo de se livrar de uma pessoa que só lhes faz mal e perder o lugar de vítima!

É bem mais fácil ter argumentos para justificar um amor que não deu certo do que se arriscar a encontrar uma pessoa maravilhosa, companheira, sincera e profunda e ter de lidar com seus próprios defeitos, com suas próprias inseguranças e culpas...
Pois eu sugiro que você não aceite menos, não aceite pouco. Exija o melhor de você mesmo e do outro. Exija respeito, confiança e admiração. Sinta isso pela pessoa amada... Sinta isso, acima de tudo, por si mesmo! E se não puder, pare onde estiver e proponha-se a aprender e se preparar para o verdadeiro amor! Sempre há tempo, mas não demore muito.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ninguém pertence a ninguém



Ciúme sempre remete à falta. O “outro” se torna o alvo de um desejo de posse, que envolve a apropriação de algo que faz falta ao ciumento. O ciumento não consegue se bastar. Ele precisa do outro, ou de outra coisa, para se completar, denunciando assim seu empobrecimento interno.
A sensação de ter sido roubado é tão intensa que o ciumento tenta de toda maneira voltar a se apropriar daquilo que julgava ser dele, de pleno direito, sem questionar se esse direito de fato existe ou não. O processo envolve um sentimento profundo de raiva e desperta surtos de agressividade, que podem ser mais ou menos intensos indo de ataques velados a ataques mais explícitos de caráter verbal ou até físico.
A carência do ciumento incomoda por envolver uma queixa continua. O carente está continuamente se queixando de sua falta. Um buraco negro que frequentemente acarreta uma voracidade (afetiva) insaciável. Isto explica por que o alvo do ciumento se sinta na maioria das vezes atormentado por um sentimento perturbador de impotência, que o leva pouco a pouco a querer se livrar definitivamente da presença incômoda do ciumento. O ciúme é portanto um sentimento que provoca a reação contrária daquilo que supostamente pretende, manifestando assim um aspecto curioso de auto-sabotagem.



O que está por trás do ciúme e da possessividade?


 Tanto na literatura, como no cinema não faltam tentativas de explorar a fundo o ciúme, esse sentimento profundo e amargo que perturba a alma humana tornando as relações de qualquer tipo difíceis e conturbadas.
O ciúme não acomete somente os amantes, mas também os irmãos, os amigos e até os vizinhos e os colegas de trabalho. Se o sentimento é perturbador para quem sente ciúme, não é menos incômodo para quem é objeto do ciúme alheio, pois a relação se torna invariavelmente perturbada, difícil, hostil e às vezes impossível.
Mas o que movimenta sentimentos tão intensos e difíceis de ser controlados, que podem até ocasionar reações violentas e imprevisíveis? Se perguntarmos à quem sente ciúmes, ele terá sempre à sua disposição uma lista de argumentos para justificar seus sentimentos. As queixas geralmente envolvem sentimentos de abandono, de postergação (ser passado para trás), de falta de cuidado, de estar sendo injustiçado. Enfim o ciumento sente que algo ou alguém que julgava ser dele de direito lhe foi roubado. Estamos falando basicamente de afetos, muito embora às vezes o ciúme envolva também objetos.


Se o sentimento é de perda, isto significa que o ciúme envolve uma sensação interna de esvaziamento. Algo que tinha sido inconscientemente “colocado” no outro ou em uma determinada situação, é roubado, fazendo com que o ciumento se sinta privado daquilo que lhe pertencia. Poderíamos comparar o ciumento a alguém que guardou um bem precioso, que julgava ser seu, no cofre. Qual será sua surpresa ao perceber que o cofre onde havia guardado seu bem precioso não lhe pertence “mais”. Na realidade nunca lhe pertenceu, mas, por um movimento inconsciente de apropriação, o ciumento tinha se apropriado do cofre alheio, julgando ser seu o que nele “depositou” projetivamente. Sofrido é perceber que não somente o cofre não era dele, mas sequer era dele aquilo que ele achou ter ali depositado.

sábado, 12 de outubro de 2013

Um dia sem pipoca e sem cinema é um dia perdido


O amor às palavras. O valor da amizade, que pode não estar tão visível e próxima quanto a esperamos. Personagens realmente humanos, palpáveis, nem sempre palatáveis. Um filme curto, simples, sem mirabolâncias. Tudo isso é pouco para descrever “Minhas Tardes com Margueritte”, brilhantemente protagonizado por Gérard Depardieu e Gisèle Casadesus.
Não pretendo contar a história inteira, mas é fato que Germain teve problemas de aprendizado quando criança: ainda hoje de difícil diagnóstico e ainda simplesmente rotulado como “burrice”, Germain não teve oportunidade de ser ajudado, muito menos pela mãe e pelo professor. Incompreendido, motivo de chacota dos colegasna escola, sem um pai que o ajudasse contra os mal tratos da mãe, nem assim se torna um adulto que desconte as desventuras de sua vida por meio de rancor ou intolerância. Sim, fala bobagem, fala sem pensar, mas possui um coração gigantesco. Já a Margueritte do título em português (no original, “La tête en friche“) mora numa casa para idosos, recebe poucas visitas de um sobrinho que sustenta sua estada na instituição. Ela ama leitura, e todas as tardes não se sente sozinha, pois está em companhia de seus livros e dos pombos habituais da praça.
Baseado em livro de Marie-Sabine Roger e dirigido com simplicidade e sensibilidade por Jean Becker, o filme se desenvolve em torno do improvável encontro dos dois, mas também a partir das lembranças de infância de Germain, de seu namoro com alguém que o compreende, de seus amigos no cotidiano da pacata cidade em que vivem…
Quantas vezes você já passou uma tarde com Margueritte ?
Com impressionantes 96 anos, a atriz Gisele Casadesus tem o brilho preci(o)so para compor de igual para igual com Gerard Depardieu sua delicada Margueritte diante do enorme ícone francês — tão grande quanto seu transbordante talento em um papel à sua altura (num ano em que também participou de outro excelente filme, “Potiche – Esposa Troféu”. Depardieu realiza com inteligência uma interpretação sensível de Germain, mas é generoso: na verdade, mesmo como contraponto ao protagonista que de fato é Depardieu, não se enganem, a personagem de frágeis 40 quilos é ainda mais interessante que o enorme Germain.
Como já citei, um filme curto, mas muito humano sem ser piegas ou cair em quase inevitáveis clichês. “Minhas Tardes com Margueritte” resulta em uma produção delicada que envolve o espectador do começo ao fim de forma simples e tocante. Um dos filmes do ano, recomendo. Pena que esteja em cartaz em tão poucos cinemas.





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Luz do sol

 

Há uns dias não escrevo aqui. Estava pensando o que trazer para vocês e acredito que o que faz bem para a saúde de tantas pessoas, deveria mesmo ser compartilhado, para o bem de todos. Tomo o suco verde a 4 anos e o efeito dele em minha saúde é maravilhoso. Uma receita muito simples,mas que faz uma diferença espetacular no organismo como um todo. Melhora o metabolismo e com isso, queima calorias, limpa os intestinos e por tabela, a pele, queima gordura e detona colesterol ruim, sacia a fome, entre centenas de benefícios á saúde. Famosas aderindo cada dia mais, popis já sentiram que os efeitos são mesmo efetivos. Experimente, também!









Luz do sol

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Reveillon na praia

Em duvida do que vai usar no reveillon? Fui buscar um modelo para mim e acabei por ter a idéia de trazer para você algumas sugestões. Como prefiro usar branco, é ele que predomina aqui. Neste acima, eu usaria muitas pulseiras e tiraria quase todos os colares.


 A tendência para o verão está para as rendas!


 Capriche nas pulseiras, que estão vindo com força. Muitas pulseiras, de estilos diferentes..

 Para as despojadas....



 Amei este vestidinho branco





 Reveillon na areia pede um look descontraído, para as esportivas

Ah, quero encontrar alguém que faça um crochê assim....









Quer arrasar? Franjas ajudam


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sexy gorgonzola

“Somos queijo gorgonzola”

Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.



Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola.

Maitê Proença